Entidades cobram punição para agressores de indígenas e profissionais no MS e denunciam atuação da Polícia Militar.

Nos últimos dias, a agressão a dois indígenas guarani kaiowá de Mato Grosso do Sul, o jornalista canadense Renaud Philippe e a antropóloga Ana Carolina Mira Porto, tem gerado indignação e reações por parte de organizações sociais e ativistas. As entidades cobram punição às pessoas envolvidas nos ataques, que foram descritos como graves e evidenciam a violência a que os povos indígenas vêm sendo submetidos na região.

De acordo com relatos, as agressões ocorreram enquanto o casal de documentaristas trabalhava no sudoeste de Mato Grosso do Sul, documentando o conflito fundiário que envolve comunidades indígenas e produtores rurais. O engenheiro florestal Renato Farac Galata, que estava com o casal no momento dos ataques, também foi vítima da violência perpetrada por um grupo de homens encapuzados e armados.

A situação se intensifica diante do contexto de disputa territorial entre comunidades indígenas e produtores rurais na região. Horas antes dos ataques, dois indígenas da comunidade guarani kaiowá foram considerados desaparecidos, o que levanta preocupações adicionais sobre a segurança e a proteção dos direitos dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul.

As entidades que se manifestaram em nota conjunta pedem uma investigação rigorosa dos crimes e defendem a urgente demarcação e homologação dos territórios tradicionais guarani kaiowá como meios de superar a violência e garantir a proteção dos povos indígenas. Além disso, destacam a importância da responsabilização das pessoas que incentivam, financiam e promovem a violência contra os povos indígenas na região.

A situação chamou a atenção da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que viajou para Mato Grosso do Sul para participar da Aty Guasu em Caarapó. Em suas redes sociais, a ministra abordou a importância da demarcação de terras indígenas como meio de combater a violência no campo, reforçando o compromisso do Ministério dos Povos Indígenas em pacificar a vida nos territórios brasileiros.

O caso está sendo acompanhado pelas defensorias públicas da União e de Mato Grosso do Sul, e a Polícia Federal já realizou diligências próximas ao local das agressões. A embaixada do Canadá também foi notificada sobre o ocorrido, e funcionários consulares estão prestando assistência consular aos cidadãos envolvidos.

A indignação e a cobrança por justiça em relação a esses ataques refletem as preocupações crescentes sobre a segurança e os direitos dos povos indígenas no Brasil, e reforçam a necessidade de medidas efetivas para proteger essas comunidades vulneráveis.

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