De acordo com Gonet, sem uma visão técnica dos direitos fundamentais, a força vinculante da proclamação desses direitos perderia a força e o ideal de máximo respeito à dignidade da pessoa humana se abateria. Sua urgência em tratar esses temas com abordagem técnica consistente e metódica foi enfatizada.
O indicado à PGR foi nomeado por Lula para o cargo de procurador-geral da Procuradoria-Geral República (PGR) no final de novembro e participou de uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Durante seu discurso, ele afirmou que sempre foi motivado a defender os direitos fundamentais na vida profissional, destacando que atua há 36 anos no Ministério Público Federal.
Além disso, Gonet foi assessor do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Franscico Resek, e ministra curso de Direito Constitucional junto ao ministro do STF Gilmar Mendes há 19 anos, atuando em disciplinas sobre jurisprudência e direitos fundamentais. Ele enfatizou a importância de um olhar técnico sobre temas delicados da convivência social e política, sem perder de vista o aspecto humano da atividade jurídica.
O ativismo judicial, criticado por muitos parlamentares brasileiros, foi abordado por Gonet durante sua fala, ressaltando a necessidade do equilíbrio entre a aplicação técnica do direito e o aspecto humano da atividade jurídica. Ele afirmou, ainda, que o direito foi feito para as pessoas e deve ser tratado como um instrumento indispensável para que todos possam buscar a realização como seres humanos.
A aprovação de Gonet pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo Plenário do Senado é necessária para que ele possa assumir a vaga deixada por Augusto Aras no final de setembro. Atualmente, a posição é ocupada interinamente pela vice-procuradora Elizeta Ramos.