Enchentes na Vila Cauhy, em Brasília, causam desespero e perdas materiais para os moradores em meio a fortes chuvas.

As fortes chuvas que atingiram o Distrito Federal (DF) desde terça-feira (2) trouxeram inúmeras consequências, incluindo a inundação de diversas casas na Vila Cauhy, localizada a cerca de 15 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O Córrego Riacho Fundo subiu mais de 2 metros acima do nível normal, transbordando três vezes entre a noite de ontem e o início da tarde desta quarta-feira (3).

Moradores da região relataram que esta foi a pior inundação que enfrentaram, com a última registrada em fevereiro de 2021. Desta vez, as águas do córrego que corta a comunidade atingiram 6,9 metros, quando a média gira em torno de 4,4 metros, de acordo com a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa).

Em algumas residências, a marca da água ultrapassava 1,5 metro, e um idoso e seu cachorro precisaram ser resgatados por uma embarcação dos bombeiros. A situação foi descrita como desesperadora por alguns moradores, que destacaram a falta de orientações ou visitas do Poder Público durante o momento crítico.

Vera Lúcia, uma diarista da região, expressou a tristeza e desespero causados pela enchente, observando que a situação piora com a ausência de suporte do Poder Público. Já o pedreiro Antônio Ferreira Costa, que perdeu diversos bens materiais, além de ser a pior inundação que presenciou, questionou a dificuldade de subir as casas diante da falta de recursos.

A falta de sono e o medo de uma nova enchente foram compartilhados pelo motorista autônomo Wagner da Silva, que vive na Vila Cauhy há 23 anos. Esta situação, aliada à ausência de obras de drenagem, deixa clara a vulnerabilidade da região.

Diante do impacto das chuvas, autoridades do governo do Distrito Federal (GDF), do Corpo de Bombeiros Militar do DF e da Defesa Civil montaram tendas na Vila Cauhy para fornecer suporte à população e abrigar pessoas desabrigades. O secretário de Cidades do Distrito Federal, Cláudio José Trinchão Santos, visitou a área para avaliar os estragos e apontou a ocupação urbana desordenada e o excesso de lixo nas ruas como causas da inundação.

A Vila Cauhy está classificada como área de alto risco para eventos como deslizamentos, inundações e enxurradas, o que indica a necessidade urgente de soluções e suporte às famílias que lá residem. A complexidade da situação foi ressaltada pelo secretário, que destacou a dificuldade de regularização da área e a possível transferência das famílias para outras localidades.

O estudo do Serviço Geológico do Brasil mostrou a ausência de infraestrutura de drenagem urbana na comunidade, reforçando a urgência de intervenções para evitar novas tragédias. É evidente a necessidade de suporte imediato e planejamento a longo prazo para proteger as famílias da Vila Cauhy de futuros desastres naturais gerados pelas chuvas intensas.

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