Os acusados, identificados como Thiago Agles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos, estão sendo responsabilizados por ocultação de cadáver, latrocínio e estupro. A prisão preventiva do casal foi decretada no último sábado (21) e, desde então, estão à disposição da justiça.
O crime veio à tona quando um boletim de ocorrência foi registrado na manhã do dia 4 de janeiro, relatando o desaparecimento de Julieta. O último contato da vítima com os familiares teria sido na madrugada do dia 23 de dezembro, quando a artista informou que pernoitaria em Presidente Figueiredo e, em seguida, seguiria para Rorainópolis, em Roraima.
A partir das informações sobre o trajeto da vítima, as autoridades iniciaram as buscas em pousadas da região, com o intuito de obter notícias sobre o paradeiro de Juliana. Foi durante essas buscas que os investigadores se depararam com contradições nos depoimentos de Thiago e Deliomara.
Após as contradições, as autoridades acabaram obtendo a confissão do casal. Segundo o delegado titular da 37ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Presidente Figueiredo, Valdinei Silva, a vítima estava dormindo em uma rede na varanda de um local, quando Thiago a atacou com uma faca, buscando roubar seu aparelho celular.
No entanto, a situação degenerou rapidamente e resultou em um brutal assassinato, que culminou no estupro e assassinato de Julieta. Após o crime, os acusados tentaram ocultar as evidências ateando fogo nos corpos da vítima e deles mesmos. Apesar disso, as autoridades conseguiram desvendar o caso e determinar a culpa do casal.
A descoberta do corpo de Julieta e seus pertences mobilizou diversas entidades artísticas e movimentos sociais, que se manifestaram com pesar com relação à morte da palhaça, que desde 2015 atuava no Brasil. Estão previstas manifestações em repúdio ao crime e em homenagem à artista, tanto no Brasil quanto na cidade de Porto Ordaz, no sul da Venezuela, onde o velório da palhaça se realizará.
O ministro do Poder Popular para a Cultura da Venezuela, Ernesto Villegas, condenou o feminicídio cometido contra Julieta e pediu uma punição exemplar para o crime. A nota emitida pelo governo venezuelano destaca a importância de Julieta para a cultura e a arte, destacando sua atuação como palhaça e integrante do grupo de mulheres Pé Vermei.