Indiciados por latrocínio e estupro, casal é acusado da morte da artista venezuelana Julieta Ines Hernandez Martinez no Amazonas.

No desfechado rocambolesco e triste caso da morte da artista venezuelana Julieta Ines Hernandez Martinez, novos detalhes vieram à tona nesta terça-feira (23). Segundo a Polícia Civil do Amazonas, duas pessoas foram indiciadas pelo assassinato da palhaça, ocorrido em dezembro do ano passado, no município de Presidente Figueiredo, localizado no estado do Amazonas.

Os acusados, identificados como Thiago Agles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos, estão sendo responsabilizados por ocultação de cadáver, latrocínio e estupro. A prisão preventiva do casal foi decretada no último sábado (21) e, desde então, estão à disposição da justiça.

O crime veio à tona quando um boletim de ocorrência foi registrado na manhã do dia 4 de janeiro, relatando o desaparecimento de Julieta. O último contato da vítima com os familiares teria sido na madrugada do dia 23 de dezembro, quando a artista informou que pernoitaria em Presidente Figueiredo e, em seguida, seguiria para Rorainópolis, em Roraima.

A partir das informações sobre o trajeto da vítima, as autoridades iniciaram as buscas em pousadas da região, com o intuito de obter notícias sobre o paradeiro de Juliana. Foi durante essas buscas que os investigadores se depararam com contradições nos depoimentos de Thiago e Deliomara.

Após as contradições, as autoridades acabaram obtendo a confissão do casal. Segundo o delegado titular da 37ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Presidente Figueiredo, Valdinei Silva, a vítima estava dormindo em uma rede na varanda de um local, quando Thiago a atacou com uma faca, buscando roubar seu aparelho celular.

No entanto, a situação degenerou rapidamente e resultou em um brutal assassinato, que culminou no estupro e assassinato de Julieta. Após o crime, os acusados tentaram ocultar as evidências ateando fogo nos corpos da vítima e deles mesmos. Apesar disso, as autoridades conseguiram desvendar o caso e determinar a culpa do casal.

A descoberta do corpo de Julieta e seus pertences mobilizou diversas entidades artísticas e movimentos sociais, que se manifestaram com pesar com relação à morte da palhaça, que desde 2015 atuava no Brasil. Estão previstas manifestações em repúdio ao crime e em homenagem à artista, tanto no Brasil quanto na cidade de Porto Ordaz, no sul da Venezuela, onde o velório da palhaça se realizará.

O ministro do Poder Popular para a Cultura da Venezuela, Ernesto Villegas, condenou o feminicídio cometido contra Julieta e pediu uma punição exemplar para o crime. A nota emitida pelo governo venezuelano destaca a importância de Julieta para a cultura e a arte, destacando sua atuação como palhaça e integrante do grupo de mulheres Pé Vermei.

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