Vereadores desistem de apoiar CPI que investigaria ONGs e Padre Júlio Lancellotti em São Paulo

A crise política na Câmara Municipal de São Paulo ganha novos contornos com a desistência de mais vereadores em apoiar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar ONGs e a atuação do Padre Júlio Lancellotti nas ações sociais no centro da capital paulista. Agora, o número de vereadores que retiraram o apoio à CPI chega a dez, após a repercussão negativa sobre a investigação.

A CPI foi proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e foi protocolada em 6 de dezembro do ano passado. No entanto, após a desistência de vários vereadores que haviam assinado o requerimento para a abertura da comissão, a viabilidade da CPI ficou comprometida.

Um dos vereadores que retirou sua assinatura, Gilson Barreto (PSDB), justificou sua decisão afirmando que, após avaliar melhor o intuito e as consequências dessa iniciativa, concluiu que a comissão fiscalizaria as atividades do padre Lancellotti sem que ele participe de qualquer convênio com a municipalidade, o que ele não pode aceitar.

Outro vereador que também retirou sua assinatura, Xexéu Tripoli (PSDB), declarou que é revoltante abrir uma CPI para investigar o religioso, manifestando seu apoio ao padre Júlio Lancelotti e a seu trabalho humanitário, afirmando que não defende a perseguição política a líderes religiosos.

Apesar da retirada das assinaturas dos vereadores, a CPI ainda pode ser avaliada no Colégio de Líderes da Câmara Municipal de São Paulo, ao passo que a retirada de assinaturas é simbólica e não impede a instauração da comissão. No entanto, a desistência dos vereadores mostra que a CPI terá dificuldade para ser aprovada na Casa legislativa.

O requerimento para a criação da CPI não traz claramente quais entidades e pessoas serão investigadas, mas o autor do requerimento, Rubinho Nunes, declarou em suas redes sociais que o religioso seria alvo das investigações. O Padre Júlio Lancellotti, por sua vez, afirmou que não pertence a nenhuma organização da sociedade civil ou ONG que utilize convênio com o Poder Público Municipal.

A crise política na Câmara Municipal de São Paulo parece longe de ter um desfecho, à medida que a desistência de vereadores em apoiar a CPI das ONGs e a controvérsia em torno das investigações continuam a marcar o cenário político da capital paulista.

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