Conflito entre Israel e Palestina ameaça rota marítima e impacta economia global, aumentando riscos políticos para Biden.

O conflito entre Israel e Palestina vem se intensificando desde o ataque do grupo Hamas a Israel em 7 de outubro. A situação se mostra cada vez mais preocupante, com a possibilidade de ampliação da área de conflagração, envolvendo mais atores e armamentos e causando mais mortes e ferimentos em ambos os lados do conflito.

Uma evidência dessa escalada é refletida nos quase 30 ataques dos rebeldes Houthis do Iêmen a embarcações comerciais que transitam pelo Mar Vermelho, localizado entre a Ásia e a África, em direção ao Canal de Suez para abastecer a Europa através do Mar Mediterrâneo. Essa rota é crucial para o transporte de petróleo e produtos industriais chineses, sendo fundamental para o comércio internacional.

Diante da ameaça de ataques a navios por mísseis e drones, as quatro maiores transportadoras marítimas juntamente com a empresa British Petroleum anunciaram que evitarão a passagem pelo Canal de Suez, optando por contornar o continente africano pelo Índico e Atlântico para alcançar a Europa. Essa decisão acarretará em um aumento nos custos e no tempo de transporte, afetando o fornecimento de bens e pressionando os preços do petróleo.

Essa situação já tem gerado impactos significativos, com o preço do petróleo apresentando um aumento de 1% no mercado internacional. Além disso, a resolução desse conflito e a estabilização da região do Oriente Médio têm repercussões importantes na economia global, podendo causar inflação em nível internacional.

A influência dos Houthis, grupo rebelde que anunciou seu apoio ao Hamas e oposição a Israel, também é destacada. Eles possuem armamentos fornecidos pelo Irã e formam um “eixo de resistência” junto com o Hezbollah, atuando de forma desafiadora contra a influência dos Estados Unidos na região.

Além de todas as questões econômicas e bélicas, as consequências políticas desse cenário também são destacadas, especialmente para o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A perda de duas guerras, tanto na Ucrânia quanto em Gaza, podem ter impactos significativos em sua popularidade, o que pode influenciar sua possível reeleição em novembro.

Como destacou o historiador Bernardo Kocher, essas derrotas no exterior podem ter um efeito direto na capacidade do presidente Biden de concorrer à reeleição, podendo afetar a sua base de apoio, especialmente entre grupos minoritários como eleitores de origem árabe e latina. Essa análise ressalta que a situação no Oriente Médio e o desenrolar do conflito entre Israel e Palestina têm repercussões significativas em diversos aspectos, incluindo a geopolítica, economia e questões eleitorais nos Estados Unidos.

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