Vendas no comércio varejista variam 0,1% em novembro, indicando estabilidade pelo segundo mês consecutivo, aponta pesquisa do IBGE.

As vendas no comércio varejista do Brasil tiveram uma variação de 0,1% em novembro do ano passado, de acordo com os dados publicados pela Pesquisa Mensal do Comércio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (17). Essa estabilidade é o segundo mês consecutivo de resultados sem grandes oscilações, já que em outubro a variação foi de -0,3%.

O acumulado do ano atingiu 1,7% e nos últimos 12 meses foi de 1,5%. O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, observou que o comércio apresentou uma trajetória de crescimento ao longo do ano, porém sem avanços significativos mês a mês, com uma volatilidade muito baixa e resultados muito próximos de zero. Ele ressaltou que, exceto por janeiro, o resto do ano foi marcado por estabilidade ou taxas muito baixas.

De acordo com a pesquisa, seis das oito atividades pesquisadas tiveram resultados positivos em novembro. As maiores influências no índice geral vieram de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (18,6%), móveis e eletrodomésticos (4,5%) e tecidos, vestuário e calçados (3%).

O gerente da pesquisa explicou que um dos fatores que explicam esse resultado foi a Black Friday, que aconteceu no final de novembro e ajudou a garantir a estabilidade das vendas. Ele ressaltou que quatro atividades foram influenciadas pela Black Friday, incluindo tecidos, vestuário e calçados; móveis e eletrodomésticos; equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; e outros artigos de uso pessoal e domésticos.

Santos destacou que a atividade que mais cresceu foi a de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, avançando 18,6%, seguida por móveis e eletrodomésticos, que registraram um aumento de 4,5%. Ele também mencionou que a queda de 2,5% do dólar em novembro contribuiu para o desempenho das vendas de produtos de informática.

Por outro lado, as atividades de livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,6%) apresentaram queda. Santos explicou que os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria tiveram um ano forte, com apenas duas quedas em janeiro e novembro. No entanto, mesmo com esses resultados negativos, a atividade acumula alta de 4,3% no ano.

A influência de hiper e supermercados é muito grande, com peso de 50% no indicador, segundo o gerente da pesquisa. Ele observou que, embora o resultado no ano seja positivo (3,5%), nos últimos dois meses não houve crescimento nessa atividade. Santos completou dizendo que, com o aumento no rendimento real e na ocupação, algumas pessoas podem estar direcionando seu dinheiro para o pagamento de dívidas e evitando o consumo.

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