Polícia Federal apreende passaporte de Bolsonaro em operação que investiga tentativa de golpe

A Polícia Federal está com o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro em sua posse, após a deflagração da Operação Tempus Veritatis nesta quinta-feira (8). A operação foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e teve como alvo não só Bolsonaro, mas também ministros e militares integrantes de seu governo, suspeitos de terem atuado na tentativa de golpe ocorrida no dia 8 de janeiro de 2022.

Segundo o advogado de defesa do ex-presidente, Fábio Wajngarten, o passaporte foi entregue pouco antes do meio-dia, conforme determinação das autoridades competentes em Brasília. O advogado também ressaltou que na única vez em que Bolsonaro saiu do Brasil, os advogados peticionaram ao Supremo, consultando e comunicando a respeito.

A investigação teve início após o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, fechar um acordo de colaboração premiada com a PF, que foi homologado pelo STF. Segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro teria colaborado para a preparação de um decreto que visava viabilizar a execução de um golpe de Estado no país.

A PF também afirma que Bolsonaro teria pedido alterações em um documento que visava a execução do golpe, buscando tirar nomes de autoridades do texto. Além disso, o ex-presidente teria convocado uma reunião com a alta cúpula do governo federal em julho de 2022, onde teria cobrado que as pessoas presentes utilizassem seus cargos para disseminar informações falsas sobre supostas fraudes nas eleições.

Filipe Martins, então assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, e o advogado Amauri Feres Saad foram apontados como responsáveis pela entrega da minuta do decreto ao ex-presidente. Ambos foram alvos da prisão preventiva nesta quinta-feira.

Além disso, durante as investigações, foi encontrado um vídeo com a gravação de uma reunião em um dos computadores do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O vídeo é apontado como um dos eventos cruciais para as investigações, demonstrando a tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito em execução.

Essas revelações trazem à tona uma situação delicada e de extrema gravidade, colocando em xeque a confiança nas instituições e nas autoridades públicas. É fundamental que o desdobramento das investigações ocorra de maneira transparente e que os culpados sejam responsabilizados pelos seus atos, garantindo a preservação da democracia e do Estado de Direito.

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