O encontro da FAO, previsto para acontecer na sexta-feira (16), discutiria o financiamento para a segurança alimentar em países afetados pela mudança climática. No entanto, uma reunião de emergência para debater tensões entre Ruanda e a República Democrática do Congo acabou tirando o foco do evento da FAO.
O presidente de Angola, João Lourenço, convocou a reunião de emergência como mediador designado da União Africana para a crise entre Ruanda e a RDC. Isso resultou na ausência dos presidentes que deveriam participar do evento da FAO, incluindo o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, e, consequentemente, do presidente Lula.
A situação na República Democrática do Congo tem se agravado nos últimos dias, com confrontos entre os rebeldes do M23, formados por militantes da etnia tutsi, e as forças de segurança da RDC. O governo congolês acusa Ruanda de apoiar a milícia rebelde, o que tem aumentado as tensões na região.
Além do cancelamento do evento da FAO, outros compromissos do presidente Lula também foram afetados. Uma reunião bilateral com o presidente do Quênia e um encontro com o presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento não puderam acontecer devido a atrasos e compromissos prévios dos líderes africanos. No entanto, Lula conseguiu realizar uma reunião bilateral com o primeiro-ministro etíope.
Para o sábado (17), o presidente brasileiro está programado para participar da reunião de cúpula anual da União Africana. Lula pretende abordar temas como o incremento das relações comerciais e questões prioritárias da presidência brasileira no G20, como transição energética, combate à desigualdade e à fome, desenvolvimento sustentável e reformulação nos organismos internacionais.
