Em uma coletiva realizada nesta terça-feira, o governo do estado do Ceará apresentou um estudo que mostra a relação da população com a região em disputa com o Piauí. O evento, organizado no Museu da Imagem e do Som em Fortaleza, reuniu membros do governo, representantes da sociedade civil e especialistas envolvidos no processo de litígio.
O estudo, conduzido por um Grupo de Trabalho liderado pelo governador Elmano de Freitas e com coordenação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), arrolou dados significativos coletados ao longo do primeiro semestre de 2023. Entre os números apresentados, destacou-se que 92,6% dos entrevistados afirmaram que suas propriedades estão em território cearense. Além disso, 96,6% informaram que utilizam escolas cearenses, e 89% buscam atendimento hospitalar em unidades do mesmo estado.
Durante a apresentação, a professora e moradora da Aldeia Cajueiro, Eliane Tabajara, enfatizou o sentimento de pertencimento à região, afirmando: “Jamais iremos deixar de ser cearenses”. Ela expressou a importância do estudo para representar a voz dos povos que vivem na área em disputa e enfatizou a vontade da população em permanecer vinculada ao Ceará.
Representantes do governo, como o procurador-geral do Ceará, Rafael Machado Moraes, ressaltaram a importância de respeitar os laços históricos e culturais que conectam a população à região, independentemente do resultado do litígio. O estudo foi conduzido com o objetivo de trazer luz às demandas e percepções da população afetada pela controvérsia territorial.
O processo em questão, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia, envolve áreas de 13 municípios cearenses. A defesa do Ceará se baseia em análises técnicas de documentos e mapas históricos que comprovam a posse do território ao estado, bem como em variáveis relacionadas aos direitos da população local.
O estudo e a coletiva representam um passo importante para trazer à tona a voz e as necessidades da população afetada pela disputa territorial entre Ceará e Piauí. A apresentação dos dados e a intenção de respeitar o sentimento de pertencimento dos cidadãos são aspectos cruciais para o desenrolar do processo e para a tomada de decisão pelas autoridades competentes.
