Cacique indígena encontrado morto em terreno da Vale em Brumadinho gera suspeitas de assassinato, investigações em andamento.

No início da manhã de segunda-feira (4), a triste notícia da morte do cacique Merong Kamakã Mongoió chocou a comunidade local de Brumadinho, em Minas Gerais. Merong liderava um grupo de indígenas pataxó-hã-hã-hãe que, há mais de dois anos, buscavam reconstruir uma aldeia em um terreno pertencente à mineradora Vale. Antes disso, esses indígenas estavam dispersos em áreas urbanas da região, vivendo em situações precárias e sem acesso aos direitos garantidos aos povos indígenas.

A retomada da aldeia pelos kamakãs mongoiós foi um movimento de resistência e luta por seus direitos fundamentais. Em vídeos divulgados nas redes sociais pela União Nacional Indígena (UNI), Merong explicava os motivos que os levaram a se instalar no local e reivindicar a posse da terra. Eles buscavam proteger as nascentes, plantar, educar suas crianças de forma diferenciada e viver de acordo com suas tradições.

No entanto, a morte de Merong levantou suspeitas e questionamentos por parte de familiares, amigos e lideranças indígenas. Apresentando sinais de enforcamento, a polícia registrou o caso como suicídio, mas pessoas próximas ao cacique acreditam que ele tenha sido assassinado. Frei Gilvander Moreira e outros questionam a versão oficial e pedem uma investigação rigorosa sobre o caso.

Diante das circunstâncias da morte de Merong, a Polícia Federal também se juntou às investigações, considerando a possibilidade de que o crime tenha motivações relacionadas aos direitos indígenas e às disputas territoriais. O cenário de violência contra os indígenas no Brasil, especialmente os pataxó-hã-hã-hãe, tem sido alarmante, com diversos casos de assassinatos e violações de direitos nos últimos anos.

A morte de Merong foi lamentada por diversas organizações e lideranças indígenas, que destacam sua importância como ativista e defensor dos povos originários. Sua luta pela retomada de terras e pela garantia dos direitos indígenas continua sendo um exemplo de resistência e enfrentamento do apagamento cultural das comunidades tradicionais. A sociedade civil e as autoridades públicas precisam agir com seriedade para esclarecer as circunstâncias da morte do cacique e garantir justiça para sua família e comunidade.

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