Os títulos foram concedidos a Médici em 1970 e a Passarinho em 1972. A proposta de revogação dos títulos foi apresentada pela Comissão para Implementação de Medidas de Memórias, Verdade e Justiça na UFPel, criada após o Ministério Público Federal (MPF) solicitar esclarecimentos sobre a memória do período da ditadura e questionar a concessão de honrarias a pessoas ligadas ao regime militar.
O movimento de revogação de títulos de doutor \emph{honoris causa} concedidos a autoridades dos governos militares tem sido uma tendência em diversas universidades brasileiras. Desde 2015, várias instituições públicas já revogaram essas honrarias.
Em dezembro de 2015, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revogou o título concedido a Médici. Já em setembro de 2021, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também cassou o título dado a Jarbas Passarinho. Além disso, em 2022, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) revogou os títulos de \emph{honoris causa} concedidos aos ex-presidentes Arthur da Costa e Silva e Emílio Garrastazu Médici.
O período da ditadura militar no Brasil foi marcado por repressão, violência, controle político, censura, prisões arbitrárias, torturas, assassinatos e desaparecimentos de presos políticos. Esses episódios foram documentados pela Comissão Nacional da Verdade (CNV).
Diante desse contexto, a revogação dos títulos de doutor \emph{honoris causa} concedidos a figuras ligadas ao regime militar é uma forma de resgatar a memória e fazer justiça histórica, reavaliando os feitos e as ações dessas personalidades durante um período sombrio da história do Brasil.