Grupo de trabalho criado pelo governo federal discute os perigos do uso abusivo de dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes.

Uma importante iniciativa foi tomada pelo governo federal, que instituiu um grupo de trabalho (GT) para discutir os riscos do uso indevido e abusivo de dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes. A portaria publicada no Diário Oficial da União designou membros de sete ministérios e 19 representantes da sociedade civil, academia e entidades especializadas no assunto para colaborarem nesse projeto.

O objetivo do grupo é elaborar um guia para o uso consciente de telas, que servirá como orientação para familiares, cuidadores e educadores, além de embasar políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social e proteção dos mais vulneráveis. A Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República lidera essa iniciativa, que se torna urgente devido ao aumento de 64% nas taxas de lesões autoprovocadas intencionalmente por crianças e adolescentes relacionadas ao uso de telas conectadas à internet.

A presença cada vez mais precoce e abrangente de crianças e adolescentes nas telas é um fato preocupante. Dados apontam que um terço dos usuários da internet no mundo são crianças e adolescentes, e a maioria já acessou a internet em tenra idade. No entanto, o mau uso e o excesso de telas estão causando diversos prejuízos, desde problemas físicos como a miopia e distúrbios no sono até comprometimentos cognitivos e emocionais, especialmente em crianças muito pequenas.

Além disso, o contato com telas expõe as crianças e adolescentes a riscos como o acesso a conteúdos inapropriados, exploração, cyberbullying e exposição a ideologias extremistas. O papel das plataformas de internet e redes sociais nesse cenário é essencial, levando especialistas a defenderem a necessidade de uma legislação que regulamente a liberdade, responsabilidade e transparência dessas plataformas.

Diante desse cenário, os especialistas ressaltam a importância de políticas públicas que garantam não apenas restrições comportamentais, mas também o acesso a uma gama diversificada de atividades para crianças e adolescentes, visando o desenvolvimento integral de habilidades motoras, cognitivas e socioemocionais. O grupo de trabalho surge como uma medida crucial para enfrentar os desafios impostos pelo uso indevido de dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes, visando o bem-estar e o desenvolvimento saudável dessa parcela da população.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo