Segundo a denúncia do MPF, os quatro policiais da PRF estão sendo acusados não só de homicídio qualificado, com uma pena que pode chegar a 30 anos de prisão, mas também de fraude processual, tentativa de homicídio e lesão corporal grave na modalidade culposa. Um dos tiros disparados atingiu outro veículo que transitava na mesma rodovia, ferindo a diarista Cláudia dos Santos.
De acordo com o Ministério Público, os policiais estavam de plantão na noite do crime e, sem dar tempo para ordem de parada ou qualquer abordagem adequada, dispararam oito tiros de fuzil contra o veículo em que Anne Caroline estava. A denúncia indicou que, apesar de apenas um dos agentes ter efetuado os disparos, todos os quatro devem responder pelo crime de homicídio, pois teriam instigado o autor dos tiros.
O procurador da República, Eduardo Benones, ressaltou a gravidade dos acontecimentos, afirmando que os policiais assumiram o risco de matar alguém ao disparar os tiros. A denúncia também apontou que os agentes não tomaram nenhuma providência para minimizar as consequências das lesões causadas à diarista Cláudia.
Além disso, o MPF destacou que os policiais violaram o dever funcional de isolar o local do crime e preservar os vestígios, o que configura fraude processual. Após os disparos, os policiais encaminharam Anne Caroline para o hospital, onde a jovem veio a falecer. O MPF pediu uma indenização para reparação dos danos morais e materiais causados aos familiares das vítimas.
A Agência Brasil não conseguiu contato com as defesas dos policiais denunciados. Este caso chocante demonstra a importância da atuação do MPF para garantir a justiça e a punição adequada para aqueles que abusam de seu poder e colocam em risco a vida de cidadãos inocentes.