Nos comunicados das últimas reuniões, o Copom havia informado que os diretores do BC e o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, tinham previsto, de forma unânime, cortes de 0,5 ponto percentual nos próximos encontros. No entanto, há expectativas sobre se a Selic será reduzida somente até a reunião de maio ou se os cortes continuarão até o segundo semestre.
De acordo com o boletim Focus mais recente, que é uma pesquisa semanal com analistas de mercado, a expectativa é que a taxa básica realmente diminua 0,5 ponto percentual. O mercado financeiro estima que a Selic encerre o ano em 9% ao ano, porém somente o anúncio oficial ao final do dia revelará a decisão do Copom.
Na ata da última reunião, em janeiro, o Copom destacou que a desaceleração da economia está diminuindo e confirmou a intenção de novos cortes de juros. O Banco Central também reforçou a importância de o governo continuar a buscar a melhoria das contas públicas para evitar um eventual ressurgimento da inflação.
Além disso, o Copom avaliou que parte da incerteza nos mercados, refletida nas expectativas de inflação, está relacionada à capacidade do governo de executar medidas fiscais adequadas. A perspectiva de aumento dos juros nos Estados Unidos e a tensão entre Israel e o grupo Hamas também dificultam a tarefa do BC de reduzir os juros por um longo período.
Por fim, a taxa Selic é um instrumento fundamental no controle da inflação pelo BC, que atua diariamente para mantê-la próxima do valor definido nas reuniões do Copom. A queda na Selic tende a estimular a atividade econômica ao tornar o crédito mais acessível, porém os bancos consideram outros fatores além da Selic na hora de fixar os juros cobrados dos consumidores.