Estudo aponta disparidade de gênero na trajetória escolar brasileira: meninas mais regulares que meninos, revela pesquisa da Fundação Itaú.







Lançamento do Estudo sobre Regularidade de Trajetórias Educacionais

20/03/2024 – 17:24

Tony Oliveira/Agência Brasília

Indicador aponta que meninas têm trajetória escolar mais regular do que meninos

A Frente Parlamentar Mista da Educação (FPME) realizou nesta terça-feira (20), no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, um ato em defesa da permanência dos alunos nas escolas. O evento foi marcado pelo lançamento do estudo “Indicador de Regularidade de Trajetórias Educacionais”, produzido pela Fundação Itaú.

De acordo com o estudo, quase metade (48%) dos estudantes brasileiros nascidos entre 2000 e 2005, atualmente com idades entre 19 e 24 anos, não passaram pelo ensino fundamental com trajetória regular, acumulando repetência, reprovação ou abandono dos estudos. No ensino médio, a situação é ainda mais preocupante, com 59% dos alunos não concluindo os estudos na idade correta.

O levantamento, elaborado pelos pesquisadores Chico Soares, Izabel Costa da Fonseca, Clarissa Guimarães e Maria Teresa Gonzaga Alves, utilizou dados do Censo Escolar de 2007 a 2019, levando em consideração o nível socioeconômico das escolas e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Uma das conclusões do estudo aponta a necessidade de um melhor monitoramento da permanência de crianças e adolescentes nas salas de aula. Patrícia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social, destaca: “Não conseguimos garantir uma trajetória regular, sem reprovação, repetência ou abandono, para quase metade das crianças e adolescentes antes mesmo de chegarem ao ensino médio.”

Desigualdades
O estudo revela que o problema da regularidade é ainda mais acentuado para estudantes do sexo masculino, pessoas com deficiência, negros, indígenas e alunos de escolas com baixo nível socioeconômico.

Região
O fator regional também influencia na qualidade da permanência escolar. Municípios do Norte, do Nordeste e do Sul apresentam circunstâncias bem piores em relação a Sudeste e Centro-Oeste.

 

 

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Wilson Silveira


Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo