A história do delegado Barbosa toma novos rumos com a sua prisão no último domingo, 24 de março. Ele foi detido em sua residência, localizada em um condomínio no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Segundo informações divulgadas pelos investigadores da Polícia Federal, o general Braga Netto insistiu para que Barbosa ocupasse o cargo de chefe da Polícia Civil, mesmo diante das contraindicações da área de inteligência.
Além disso, o general Braga Netto, que foi nomeado interventor na área de segurança do Rio pelo então presidente Michel Temer, posteriormente seguiu carreira política, ocupando cargos importantes no governo, como ministro chefe da Casa Civil e ministro da Defesa. Entretanto, Braga Netto está sob investigação por suposto envolvimento no planejamento de um golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Já Rivaldo Barbosa, em seu discurso de posse, destacou a importância de combater a corrupção, enfatizando que essa seria uma de suas prioridades à frente da Polícia Civil. No entanto, informações apontam que Barbosa teria feito uma combinação com o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio, Domingos Brazão, para proteger os mandantes do assassinato de Marielle Franco, além de receber propina para obstruir as investigações sobre o crime.
As investigações indicam que Barbosa teria plantado informações falsas durante a investigação do assassinato, levando a equívocos que retardaram o esclarecimento do caso. Ronnie Lessa, ex-policial militar, em delação à Polícia Federal, afirmou que Barbosa tinha conhecimento do crime e garantia impunidade aos envolvidos. A situação se torna ainda mais complexa à medida que se revelam detalhes sobre as ações do ex-chefe da Polícia Civil do Rio.
Diante desses desdobramentos, o caso ganha contornos ainda mais sombrios, revelando a complexidade das relações políticas e institucionais envolvidas na investigação do assassinato de Marielle Franco. A prisão de Rivaldo Barbosa traz à tona questões cruciais sobre a atuação dos responsáveis pela segurança pública e a relação entre poder e corrupção no estado do Rio de Janeiro.