Foi a primeira vez que um representante da Braskem assumiu a culpa pelo ocorrido na capital de Alagoas, o que foi ressaltado pelo relator da CPI, senador Rogério Carvalho. No entanto, durante grande parte do depoimento, Arantes evitou responder às perguntas mais técnicas, alegando desconhecimento sobre o assunto.
O senador Carvalho apontou que a empresa não possuía geólogos contratados nem equipamentos adequados para monitorar a estabilidade das minas de sal-gema em Maceió. Isso aumentou o risco de instabilidade geológica e foi considerado um descaso pelas autoridades presentes na CPI.
Além disso, as denúncias sobre a pressão exercida nas vítimas para assinarem acordos com a Braskem também foram discutidas durante a sessão. Representantes das vítimas afirmaram que foram obrigadas a vender suas propriedades por valores baixos e com pouca indenização por danos morais.
Arantes defendeu que os acordos foram firmados de forma voluntária e que as famílias tiveram o apoio de advogados ou defensores públicos durante o processo. No entanto, o relator Carvalho ressaltou que muitas pessoas se sentiram coagidas pela empresa a assinarem os acordos.
A Braskem informou que provisionou R$15,5 bilhões para lidar com as indenizações e que 95% das pessoas afetadas já receberam compensações financeiras. Porém, a falta de respostas concretas por parte do diretor Marcelo Arantes gerou frustração entre os senadores presentes na CPI.
Diante das questões técnicas não respondidas, foi aprovado um requerimento para convocar o vice-presidente da Braskem, Marcelo Cerqueira, para prestar esclarecimentos à Comissão. A investigação sobre o caso continua em andamento, buscando responsabilizar a empresa pelos danos causados em Maceió.