Além de Gabriela, Salomão também ordenou o afastamento de dois desembargadores e um juiz do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região. O corregedor afirmou que os afastamentos são cautelares e serão analisados durante a sessão programada para a próxima terça-feira (16) no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O motivo por trás do afastamento de Gabriela Hardt está relacionado a supostas irregularidades cometidas por ela durante o processo da Lava Jato. Salomão alegou que a juíza teria autorizado o repasse de aproximadamente R$ 2 bilhões provenientes de acordos feitos com os investigados para um fundo administrado pela força-tarefa da Lava Jato, decisão que foi posteriormente suspensa pelo Supremo Tribunal Federal. O corregedor ainda destacou que Gabriela pode ter feito uma “recirculação de valores” ao direcionar recursos obtidos em acordos com os investigados.
Outra alegação feita por Salomão é de que Gabriela Hardt pode ter discutido os termos do acordo fora dos autos, possivelmente por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp. A decisão da magistrada de homologar o acordo teria sido baseada em informações incompletas e informais fornecidas pelos procuradores da Lava Jato, sem a devida formalidade processual.
No entanto, a assessoria de imprensa da Justiça Federal em Curitiba informou que Gabriela Hardt não irá se manifestar sobre o afastamento. Já os desembargadores do TRF 4 foram acusados de descumprimento de uma decisão do Supremo relacionada ao ex-juiz da Lava Jato Eduardo Appio, fato que contribuiu para a decisão do corregedor de afastá-los.
Até o momento, o TRF4 não se pronunciou sobre o assunto. A sessão do CNJ prevista para discutir os afastamentos representa mais um capítulo na saga da Operação Lava Jato, que continua a gerar repercussões e debates sobre a conduta dos envolvidos.