STF mantém cadastro de condenados por crimes sexuais em Mato Grosso, com restrições à divulgação de informações.

O Supremo Tribunal Federal (STF) proferiu uma decisão crucial nesta quinta-feira (18) ao manter a validade do cadastro estadual de condenados por crimes sexuais em Mato Grosso. A criação desse cadastro ocorreu em 2015 e tem como principal função permitir o acesso direto, por meio da internet, a informações sobre pessoas condenadas por estupro e pedofilia.

A partir desse cadastro, os usuários da internet têm a possibilidade de consultar o nome e a foto de indivíduos condenados por atos delituosos que atentaram contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes. Importante ressaltar que os dados das vítimas estão registrados no cadastro, porém não são divulgados publicamente.

Apesar de manter a validade do cadastro, os ministros decidiram por unanimidade restringir o acesso às informações disponíveis. Segundo a decisão, somente serão divulgados na internet o nome e a foto de condenados cuja sentença seja definitiva, ou seja, sem a possibilidade de recurso. Anteriormente, a divulgação abrangia inclusive suspeitos e indiciados, o que foi modificado pela decisão do STF.

Outra restrição imposta pelos ministros foi a proibição da divulgação de dados que poderiam identificar as vítimas dos crimes sexuais. Essas informações agora só poderão ser obtidas por meio de uma ordem judicial específica, visando garantir a proteção da privacidade e dignidade das vítimas.

A constitucionalidade desse cadastro foi questionada em 2020 pelo governo de Mato Grosso, que alegava que somente uma norma aprovada pelo Congresso Nacional poderia tratar desse assunto. No entanto, o STF decidiu pela manutenção do cadastro, ressaltando a importância dessa ferramenta para a sociedade no combate aos crimes sexuais e na proteção das vítimas.

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