Rita Lobo: a trajetória da astróloga que se tornou chef, apresentadora e defensora da comida de verdade




Rita Lobo: do mapa astrológico ao sucesso na cozinha

Quando tinha 17 anos, Rita Lobo decidiu fazer um mapa astral. Ao ser consultada, a astróloga lhe disse que tinha três opções profissionais para seguir: trabalhar com tecidos, perfumes ou comida. Na época, a hoje chef e apresentadora mal sabia cozinhar. “Eu não sabia fazer nada, só um bolo que a minha avó tinha me ensinado”, diz. “Ela me falou assim: ‘Mas eu acho que você vai trabalhar com comida. Só que eu não estou entendendo muito bem, porque tem muita gente envolvida, mas não é vender comida'”, relata Rita.

A previsão se provou mais do que certa, ainda que a astróloga não tivesse clareza de como seria esse caminho. Na virada de 1999 para 2000, Rita prosperou e se tornou uma celebridade ao ensinar, de forma didática, o que parece básico, mas não é: receitas que funcionam na prática. “É um serviço. Como aprendi a cozinhar já adulta, eu entendo a dificuldade das pessoas, entendo o medo de dar errado, a vergonha de ficar ruim”, diz.

Ao longo de 23 anos, o Panelinha se expandiu: virou uma editora e produtora de conteúdo. Hoje, 20 pessoas trabalham diretamente no negócio, que é administrado por Rita e seu marido, o jornalista Ilan Kow. A sede do Panelinha fica em uma casa em Alto de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, que foi completamente reformada durante a pandemia para atender às necessidades do projeto.

Rita vive a expectativa de um novo desafio: estrear na TV aberta. “Prato Feito Brasil”, que irá ao ar na Globo a partir do dia 24 deste mês, tem um formato bem diferente do site e das atrações que ela já comandou no GNT. “Não tem nem receita. Não é um programa de receita”, já avisa ela.

A série documental mostrará a comida que as pessoas preparam no dia a dia em diferentes pontos do país, destacando a importância de uma alimentação saudável. Rita trava uma batalha contra o consumo de ultraprocessados e defende com afinco o que chama de “comida de verdade” —entendida como aquela que é feita com alimentos que vêm da natureza, sem substâncias que não são encontradas na cozinha de uma casa.

“Prato Feito” será exibido às sextas-feiras, após o Globo Repórter e também estará disponível na plataforma Globoplay. A série foi planejada em quatro episódios e se encerrará nela mesma, sem previsão para novas temporadas. Rita gravou a atração em quatro capitais: Belém, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Comida é o meu assunto. Já era antes de virar moda e vai ser depois que sair de moda”, afirma Rita. Atualmente, ela conta com 2 milhões de seguidores no Instagram, onde compartilha dicas e receitas, e preparava lives diárias durante o período de confinamento.

No seu perfil oficial, Rita soma 2 milhões de seguidores. No período de confinamento, ela fazia lives todos os dias para auxiliar quem estava em casa e precisava aprender a cozinhar. “A pandemia me mostrou que, para mim, é muito importante me sentir servindo o outro”, diz.

Foi este mesmo sentimento que a impulsionou, de forma intuitiva, a começar toda a sua trajetória com o Panelinha. “Eu achava estranho precisar de alguém para fazer a minha comida todos os dias.” Rita, então, fez um curso em Nova York. Ali, afirma ter se encantado pelo ofício.

“No fundo, é isso o que me motiva até hoje. Quase 30 anos se passaram, e eu continuo tentando convencer todo o mundo a entrar na cozinha.”

“Eu cozinho o dia inteiro aqui [no trabalho]”, responde ela, aos risos. “A gente brinca que o Panelinha é o lugar em que você leva a marmita do trabalho para a casa.”


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