Uso da Guarda Civil em ações na Cracolândia é criticado por entidade.

No último dia 17, ocorreu uma operação na Cracolândia, região conhecida por ser um ponto de concentração de usuários de drogas, durante a realização do Festival Cultura e Pop Rua. Durante essa ação, moradores em situação de rua foram mais uma vez alvos de violência por parte dos agentes de segurança pública. Um vídeo obtido pela Agência Brasil mostra o relato de um artista em situação de rua chamado Kleber, que participava do festival. Ele conta que os policiais atiraram bombas de gás para dispersar o grupo ao qual estava próximo, após a apresentação que fez.

Essa ação violenta é apenas mais um episódio do histórico de violência contra os moradores de rua na Cracolândia. Neste sábado, 19 de agosto, é comemorado o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, em homenagem às vítimas do Massacre da Sé em 2004. Sete pessoas foram assassinadas e oito ficaram gravemente feridas após um ataque enquanto dormiam na Praça da Sé.

A diretora executiva da Rede Liberdade, advogada Amarilis Costa, ressalta que a especulação imobiliária é um dos interesses por trás do poder exercido na Cracolândia. Além disso, ela afirma que o poder público tem falhado em lidar com a situação, pois a vulnerabilidade dessa população exige medidas de diversas áreas. Amarilis destaca a importância dos coletivos que têm se mostrado dispostos a ouvir as demandas das pessoas em situação de rua, enquanto a GCM (Guarda Civil Metropolitana) é usada de forma inadequada e até mesmo para constranger e criminalizar essas pessoas.

Ela também critica o projeto de isenção de IPTU, que é uma forma de resolver o problema de forma organizada, pois não articula soluções efetivas de acolhimento e redução de danos para quem está em situação de vulnerabilidade.

A prefeitura de São Paulo tem acompanhado de perto o fluxo de usuários de drogas na região da Cracolândia através de um painel de monitoramento. A contagem é realizada duas vezes ao dia e mostra que o volume de pessoas na região aumenta durante a tarde. Além disso, a prefeitura está investindo no monitoramento por câmeras, com a instalação de 20 mil câmeras de segurança programadas para reconhecimento facial.

É importante ressaltar que a Agência Brasil entrou em contato com a prefeitura e a Secretaria da Segurança Pública, mas ainda não obteve retorno. A situação dos moradores em situação de rua na Cracolândia requer uma atenção especial por parte das autoridades, a fim de garantir seus direitos e proteção.

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