As críticas e a indignação em relação ao episódio foram manifestadas pelo ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, nas redes sociais. Segundo o ministro, o caso demonstra claramente a forma como o racismo perverte as instituições e seus agentes, caracterizando o que ele chama de racismo institucionalizado.
Almeida afirmou que é preciso uma análise crítica por parte das instituições em relação ao seu funcionamento, além da necessidade de adotar medidas consistentes e constantes no campo da formação e das práticas de governança antirracista. O posicionamento do ministro também foi compartilhado pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que se declarou indignada com as imagens da abordagem policial.
A manifestação o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania e da ministra da Igualdade Racial tem o objetivo de pressionar as autoridades locais para combater o racismo institucional, inclusive com a adoção de políticas de maior alcance. Vale lembrar que um sindicato dos motociclistas profissionais do Rio Grande do Sul convocou uma manifestação pacífica em resposta ao caso.
O incidente ocorre em um contexto onde a percepção do racismo na sociedade brasileira é bastante presente. Uma pesquisa realizada em 2023 pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) demonstrou que nove em cada dez brasileiros identificam as pessoas pretas como as que mais sofrem racismo no país. Diante disso, a mobilização social e a conscientização para combater o racismo no Brasil são fundamentais, segundo os dados levantados.
A situação em Porto Alegre é um alerta para a importância do combate ao racismo institucional e da necessidade de promover políticas de igualdade e justiça social para combater essa forma de discriminação enraizada na sociedade. As vozes que se levantam em repúdio a esse tipo de episódio reforçam a necessidade de um debate amplo e medidas efetivas para enfrentar o racismo em todas as suas formas.