Esses operários, que estão há 11 meses sem receber seus salários, aguardavam com expectativa uma reunião marcada para hoje entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. No entanto, o encontro foi desmarcado abruptamente, gerando revolta e frustração entre os trabalhadores. Diante desse cenário, eles optaram por permanecer no pátio da fábrica até que a empresa apresente uma solução viável para resolver a grave situação salarial.
Segundo o presidente do sindicato, Weller Gonçalves, os trabalhadores estão profundamente angustiados com o descaso sistemático da Avibras. Profissionais altamente qualificados e comprometidos com suas funções estão sendo obrigados a buscar alternativas precárias para sustentar suas famílias, devido à falta de pagamento por quase um ano.
A Avibras, empresa que faz parte da Base Industrial de Defesa (BID) do Brasil e foi fundada em 1964, é reconhecida pela produção de armamentos como mísseis, lançadores de foguetes e bombas inteligentes, além de insumos para combustível sólido. Com cerca de 1,2 mil trabalhadores, a empresa enfrenta uma greve prolongada de um ano e meio, iniciada em setembro de 2022, devido aos constantes atrasos nos salários.
Em relação às finanças da Avibras, a dívida total da empresa chegava a R$ 376 milhões em abril do ano passado, o que levou ao pedido de recuperação judicial em março de 2022. A situação ficou ainda mais complicada quando 420 trabalhadores foram demitidos naquela época. Após uma ação movida pelo sindicato, os cortes foram revertidos pela Justiça e os trabalhadores foram colocados em regime de layoff.
Com tantos problemas financeiros e trabalhistas enfrentados pela Avibras, resta aguardar um posicionamento da empresa sobre o atual impasse com os trabalhadores. A espera é por uma solução que beneficie ambas as partes e restabeleça a paz e a estabilidade na relação entre a empresa e seus colaboradores.