Atualmente, Bié e Bastos atuam na Assessoria de Comunicação da Secretaria da Educação (Seduc), com foco em redes sociais. O documentário joga luz sobre um tema de extrema relevância no cenário nacional, em meio a discussões sobre energias renováveis, particularmente a matriz eólica e o hidrogênio verde.
O foco do documentário são as “Filhos do Vento”, crianças e adolescentes nascidos das relações entre moradores da comunidade quilombola e trabalhadores vindos de outras localidades para colaborar com os projetos de energia eólica. A escolha da comunidade do Cumbe para as gravações se deu pela história de grandes projetos instalados na região ao longo dos anos.
Durante a produção do documentário, Bié e Bastos enfrentaram diversos desafios, incluindo a necessidade de realizar três viagens à comunidade, utilizando equipamentos simples e recursos próprios. Mesmo com as dificuldades, o trabalho foi aprovado com nota máxima pela banca avaliadora, demonstrando a dedicação e empenho dos jornalistas.
“Filhos do Vento” é um longa-metragem de 74 minutos que mostra os conflitos socioambientais vivenciados pela comunidade do Cumbe com a chegada de um parque eólico em 2008. O documentário revela os impactos dos grandes empreendimentos nas vidas e tradições dos moradores, destacando a luta pela preservação da comunidade quilombola.
A pré-estreia do documentário foi realizada no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza, com entrada gratuita. Os jornalistas enfatizaram a importância de trazer à luz a perspectiva das comunidades afetadas por esses empreendimentos, promovendo uma reflexão crítica sobre o discurso das energias limpas. A iniciativa visa dar voz aos que estão do outro lado, trazendo à tona questões relevantes e urgentes sobre desenvolvimento e sustentabilidade.
A narrativa sensível e humana de “Filhos do Vento” promete provocar reflexões profundas sobre o impacto dos grandes projetos de energia eólica no dia a dia e na cultura das comunidades tradicionais. O documentário é uma chamada à ação, convidando o público a se engajar na preservação das raízes e identidades locais diante das transformações trazidas pelos avanços tecnológicos e industriais. A estreia do filme marca um marco importante na trajetória profissional e acadêmica dos jornalistas Rogério Bié e Euziane Bastos, que mostram o poder do jornalismo como ferramenta de conscientização e transformação social.