Aliados de Lira articulam para esvaziar sessão sobre prisão de Chiquinho Brazão e estratégia é bem-sucedida, aponta jornalista.

Na última quarta-feira, a imprensa veiculou informações sobre uma movimentação de aliados do deputado Arthur Lira, em particular Elmar Nascimento (União-BA), com o intuito de esvaziar a sessão que iria debater a prisão de Chiquinho Brazão. O próprio pré-candidato à Presidência da Câmara confirmou essa disposição, argumentando que não via motivos para a prisão preventiva de parlamentares. A postura de Lira em se dedicar a determinadas causas é conhecida por todos.

No dia 16 de março, quando houve um pedido de vista para adiar a votação sobre a manutenção da prisão de Brazão, Lira poderia ter utilizado o Regimento para levar a questão ao plenário e garantir uma maioria mais expressiva a favor da decisão do STF. No entanto, optou por uma postura dúbia, levantando suspeitas de que estaria enviando um recado à Suprema Corte. Apenas 277 parlamentares se pronunciaram a favor da manutenção da prisão, sendo que 435 estavam presentes. Elmar Nascimento chegou a afirmar que sua estratégia foi bem-sucedida, visando conquistar futuros eleitores entre os ausentes e os que votaram contra a prisão.

É importante ressaltar que Elmar não agiu de forma discreta, mas tornou pública sua posição e estratégia. Houve divergências até mesmo dentro do próprio União Brasil, com 16 membros votando a favor da manutenção da prisão de Brazão, acusado de envolvimento no caso da morte de Marielle Franco.

E A RELAÇÃO COM PADILHA?
Em meio a esses acontecimentos, surgiu uma polêmica envolvendo o deputado Alexandre Padilha. Lira teria manifestado insatisfação com declarações do ministro que evidenciavam a orientação do governo pela manutenção da prisão na votação da CCJ. A questão é: Lira pretende proibir o governo de ter uma posição nas votações?

Apesar dos acontecimentos, não parece que Lira tenha saído enfraquecido da situação, ao menos por enquanto. Porém, sua liderança pode estar prestes a enfraquecer, pois é sabido que a fidelidade no cenário político costuma ser volúvel. Mesmo que ele venha a eleger seu sucessor, há a possibilidade de os parlamentares optarem por se omitir ou se opor às suas decisões. Até mesmo o PL recuou na questão da decisão do STF, com sete votos a favor, cinco abstenções e 12 ausências, apesar da maioria ter seguido a orientação contrária à Suprema Corte.

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