Fabricantes de tabaco fazem lobby pesado para liberação de cigarros eletrônicos no Brasil, apesar de oposição científica.







Artigo sobre cigarros eletrônicos

Empresas de tabaco fazem lobby para liberação de cigarros eletrônicos no Brasil

Por Paulo Ricardo Martins

A filial brasileira da BAT entrou pesado no lobby em defesa dos cigarros eletrônicos na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Uma das maiores fabricantes do mundo, a companhia já investiu R$ 12 bilhões para o desenvolvimento de “produtos alternativos”.

Na sexta (1), a agência, que há quatro anos avalia se libera ou não o uso dos chamados vapes ou e-cigs, abriu consulta pública. Até que profira sua decisão, proibiu a comercialização dos chamados eletrônicos.

Enquanto isso, o número de fumantes desse tipo de cigarro no Brasil saltou de 500 mil para 2,2 milhões, segundo pesquisa recente feita pelo Ipec. No Distrito Federal, 4% da população já utiliza os vapes.

O mercado clandestino, que abastece esse público, já se consolidou e hoje movimenta R$ 7,5 bilhões por ano. A maior parte das mercadorias vem da China e do Paraguai.

A BAT e outras gigantes globais do mercado de tabaco querem construir fábricas de cigarros eletrônicos no país e, por isso, tentam convencer a a apressar a regulamentação desses produtos, tidos como menos tóxicos do que os convencionais.

Deputados de diversas frentes passaram a defender uma lei que antecipe os trabalhos da Anvisa. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) é uma delas.

“A BAT Brasil reitera que é a favor de uma regulamentação adequada ao contexto brasileiro, baseada em ciência, que permita qualidade, segurança, comunicação, distribuição adequada e monitoramento do uso desses dispositivos”, disse em nota.

O posicionamento reflete a divisão entre a comunidade científica, que defende o veto a esse tipo de dispositivo, e os fabricantes, que, a exemplo da BAT, consideram ser melhor oferecer produtos de menor risco à saúde no consumo da nicotina, caso dos e-cigs.

“Isso é fundamental para os adultos fumantes que não optam por parar de fumar, o que inclui os cigarros eletrônicos como instrumentos de redução de danos do tabaco”, disse a empresa.

A companhia diz que se empenha em colaborar com órgãos reguladores de todo o mundo, como já acontece nos EUA, Reino Unido, França, Japão, Suécia, Itália, Grécia, Nova Zelândia.

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