A Corregedoria Nacional realiza busca de documentos em gabinete de magistrado para investigação em curso.

O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, determinou a instauração de uma correição extraordinária no gabinete do desembargador Evandro Reimão dos Reis, do Tribunal Regional Federal da 6ª Região, em Belo Horizonte.

Durante os dias 30 de novembro a 1º de dezembro, a correição, presidida por Salomão, será realizada sob segredo de justiça.

A juíza federal Diana Maria Wanderlei da Silva, do Distrito Federal, apresentou uma reclamação disciplinar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no dia 1º de agosto, alegando que Reimão feriu o Código de Ética da Magistratura ao utilizar seu cargo de forma indevida.

Reimão havia acusado Diana de suprimir um documento público dos autos de uma ação popular, e em resposta, a juíza solicitou ao Ministério Público Federal que analisasse se o desembargador cometeu denunciação caluniosa, crime de calúnia e coação processual.

Diana alega que não suprimiu nenhum documento público, explicando que um despacho de impulso processual foi assinado por engano e cancelado logo em seguida.

Em relação ao processo movido pelo desembargador, que trata da suposta posse injusta de um imóvel da União Federal, Diana argumenta que Reimão busca afastá-la da causa como juíza natural. Além disso, ela destacou a existência de um contrato privado entre o autor da ação popular e um advogado, cujos honorários foram acordados em R$ 11,9 milhões.

A correição contará com a participação do desembargador Mauro Pereira Martins, conselheiro do CNJ e membro do TJ-RJ, da desembargadora Joana Carolina Pereira, do TRF-5, e do juiz auxiliar da corregedoria nacional Cristiano de Castro Jarreta Coelho, do TJ-SP. Eles terão acesso às dependências do Tribunal Regional Federal da 6ª Região e poderão ouvir pessoas e solicitar documentos.

A Corregedoria Nacional expediu ofícios ao procurador-geral da República, ao Defensor Público Geral Federal e à seccional mineira da Ordem dos Advogados do Brasil para informar sobre a instauração da correição.

O desembargador Evandro Reimão dos Reis afirmou que não foi informado sobre a correição e que não sabe do que se trata. Ele ainda declarou que não deve nada e não teme nada, afirmando ser um dos desembargadores mais produtivos e éticos do TRF-6.

A juíza Diana Maria Wanderlei da Silva não comentou sobre a correição e a Procuradoria Regional da República da 1ª Região informou que o caso tramita em sigilo.

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