No dia seguinte, outro caso de gravidade semelhante ocorreu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Durante uma discussão com o companheiro, uma mulher sofreu queimaduras após o homem atear fogo ao quarto do casal jogando álcool. A vítima precisou ser hospitalizada devido às chamas que atingiram diversas partes do seu corpo.
Os acontecimentos recentes chamam a atenção para a alarmante situação do feminicídio no estado do Rio de Janeiro. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ), observou-se um aumento de 47,8% nos casos de feminicídio e tentativas em relação ao ano anterior. Apenas nos dois primeiros meses deste ano, já foram registrados 20 casos de feminicídio e 82 tentativas, totalizando 102 ocorrências.
Os números são preocupantes, especialmente considerando o cenário de 2024, que já aponta para um recorde de tentativas de feminicídio desde 2018. A falta de prevenção e de campanhas educativas são apontadas por especialistas como um dos motivos para o aumento da violência contra a mulher. A socióloga Jacqueline Pitanguy ressalta a importância de investir em ações preventivas e educativas, além de garantir acesso a serviços de acolhimento para as mulheres em situação de violência.
Diante desse panorama alarmante, torna-se evidente a necessidade de medidas mais eficazes por parte do Estado para combater a violência de gênero. A punição aos agressores é importante, porém, é fundamental ampliar as ações preventivas e educativas, bem como garantir o acesso das vítimas a serviços de acolhimento. A violência contra a mulher é um problema estrutural que demanda uma mudança profunda na sociedade, e somente com esforços conjuntos será possível reverter esse quadro tão grave.